A Última Janela Antes da Reforma: como preparar sua empresa para a virada fiscal de 2026 A Última Janela Antes da Reforma: como preparar sua empresa para a virada fiscal de 2026
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A Última Janela Antes da Reforma: como preparar sua empresa para a virada fiscal de 2026

Com apenas 75 dias até o início da Reforma Tributária, 2026 será o ano de testes do novo sistema de consumo. A fase inicial, com cobrança simbólica de 1%, exigirá integração total entre ERPs, NF-e, NFS-e e o Fisco. A atualização tecnológica, revisão contratual e adequação ao Split Payment serão decisivas para evitar paralisações e perdas de crédito. O sucesso da transição dependerá da capacidade das empresas de se adaptar rapidamente ao modelo tributário digital e automatizado.
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Jornada da Reforma Tributária
novembro 11, 2025

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CONTEÚDO

    A contagem regressiva começou. Faltam apenas 75 dias para a entrada em vigor da primeira etapa prática da Reforma Tributária, e 2026 já desponta como o ano de testes que colocará à prova não apenas o novo sistema fiscal do país, mas também a capacidade das empresas de se adaptar rapidamente a um modelo tributário totalmente digital, integrado e automatizado.

    Enquanto o governo testa a engrenagem operacional do IBS e da CBS, o setor privado enfrenta um desafio imediato: garantir que seus sistemas, contratos e processos estejam compatíveis com as novas exigências até dezembro de 2025. O que parecia distante agora se tornou um cronômetro que corre contra o tempo — e cada dia de atraso pode significar risco real de paralisação nas emissões fiscais e de perda de créditos tributários.

    2026: o ano de testes que definirá o futuro tributário

    Janeiro de 2026 marcará o início da fase piloto do novo sistema de tributos sobre o consumo, com cobrança simbólica de 1% sobre o faturamento (0,9% CBS + 0,1% IBS). O valor será compensável com créditos de PIS/COFINS, desde que a empresa cumpra integralmente suas obrigações acessórias.

    O principal foco dessa etapa é testar a interoperabilidade dos sistemas de emissão de notas fiscais, os mecanismos de cruzamento eletrônico de dados e o comportamento operacional das empresas diante de um modelo fiscal em tempo real. Na prática, o governo vai avaliar se o ecossistema tecnológico empresarial está preparado para a transição definitiva ao IVA dual, que começa a se consolidar a partir de 2027.

    Mas o ponto crítico é que a “fase de testes” já começou — de forma silenciosa. Desde 13 de outubro de 2025, os novos campos de IBS e CBS já estão habilitados na NF-e e na NFC-e. O período de validação segue até dezembro, e, a partir de 1º de janeiro de 2026, todas as notas deverão conter os novos campos, mesmo que o preenchimento ainda não seja obrigatório. Notas emitidas em versões antigas correm o risco de serem rejeitadas pelo sistema, travando processos de venda e compra.

    O elo fraco da cadeia: fornecedores e softwares fiscais

    O sucesso da transição depende diretamente dos fornecedores de sistemas emissores. Cada software precisa estar adaptado à Nota Técnica 2025.002, que atualiza o layout das notas fiscais para comportar os tributos da reforma. Empresas que ainda não confirmaram com seus provedores a atualização correm risco operacional iminente.

    Especialistas recomendam três ações imediatas:

    1. Confirmar com o fornecedor se o ERP e o emissor de NF já suportam IBS e CBS.
    2. Realizar testes de emissão ainda em 2025, simulando operações reais.
    3. Validar os arquivos XML antes do fechamento contábil, garantindo que não haverá rejeição em janeiro.

    O atraso na atualização pode provocar paralisação temporária de emissões fiscais, comprometendo o faturamento logo nos primeiros dias do novo regime.

    Serviços, ICMS e mudanças paralelas: ajustes que acontecem ao mesmo tempo

    A adaptação não se limita às empresas industriais ou comerciais. A partir de janeiro de 2026, a Nota Fiscal de Serviço Eletrônica Nacional (NFS-e) passará a ser obrigatória em todos os municípios e no Distrito Federal. A Nota Técnica SE/CGNFS-e nº 002/2025 estabeleceu o novo layout, já integrado aos tributos da reforma (IBS e CBS). Cada prefeitura precisará alinhar seus sistemas, mas cabe às empresas garantir a compatibilidade com o novo padrão nacional.

    Paralelamente, outros ajustes técnicos ocorrem:

    • Atualizações de Margem de Valor Agregado (MVA) e Valor de Substituição Tributária (VST);
    • Inclusão de novos campos para o Imposto Seletivo e operações monofásicas;
    • Integração automática de eventos fiscais nas NF-e e NFS-e;
    • Sincronização entre ERP, contabilidade e emissão fiscal para validação cruzada de dados.

    No plano estadual, São Paulo substituirá a GNRE pelo DARE-SP para recolhimento do ICMS de importação. Empresas com grande volume de DIR (código 12007) devem revisar rotinas e processos até o fim de 2025, pois o sistema Integrador Comex-DARE já está disponível e será obrigatório a partir de janeiro.

    Fiscalização automatizada e o fim do “emite nota, calcula depois”

    Com o artigo 348 da Reforma, o cumprimento das obrigações acessórias será critério direto para a dispensa do recolhimento simbólico de 1%. Isso significa que qualquer erro de integração, rejeição de nota ou inconsistência poderá gerar cobrança automática. A Receita Federal testará, em tempo real, não apenas o cálculo dos tributos, mas a capacidade das empresas de operar corretamente dentro do novo modelo.

    Além disso, entra em cena o Split Payment, conhecido como “Pix dos Impostos”. Nesse formato, o imposto será retido diretamente na transação bancária, no momento do pagamento. O modelo elimina o antigo processo de apuração e recolhimento posterior, alterando completamente o fluxo de caixa das empresas e exigindo uma nova gestão de capital de giro e precificação.

    Reorganização contratual: o novo mapa das relações comerciais

    Com a Reforma, empresas optantes pelo Simples Nacional deixam de gerar crédito tributário para o cliente, o que muda radicalmente a lógica de formação de preços e contratos. Para muitas companhias, o Lucro Real pode se tornar mais vantajoso, mesmo com alíquotas nominais mais elevadas.

    A recomendação é clara:

    1. Revisar contratos e regimes tributários com fornecedores e clientes;
    2. Simular cenários de custo real entre os regimes (Simples x Lucro Real);
    3. Reavaliar margens e cláusulas de reajuste antes de janeiro.

    A decisão contábil, a partir de agora, também se torna estratégica e comercial.

    Checklist de preparação para 2026

    Outubro: validar sistemas fiscais e iniciar testes de emissão.
    Novembro: confirmar atualização completa e simular o impacto do split payment.
    Dezembro: concluir ajustes finais, revisar contratos e preparar plano de contingência para janeiro.

    O início da Reforma Tributária em 2026 não será apenas uma mudança legal: será uma transformação operacional profunda.

    As empresas que enxergarem esse momento como oportunidade — e não apenas como obrigação — sairão à frente, convertendo conformidade em vantagem competitiva.

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